Dia de PANC! Feijão Guandu e Nabo Forrageiro na agrofloresta
Esse fim de semana choveu!!
E choveu muito! Ainda bem, estava mais que na hora…Por uma semana a chuva não ajudou a barrar grandes queimadas. Com a secura que estava e o calor da última semana as queimadas varreram a região.
Acompanhei o fogareu em um plantio de Eucalipto, e a cena foi inebriante, linda! visualmente linda, mas totalmente devastadora e de partir o coração, o estrago do fogo acabou se estendendo por diversas areas e atingir inclusive areas de capoeiras em regeneração.
Mas o ciclo está vivo e depois da seca vem a chuva… e no caso dessa semana o frio também…
Nabo Forrageiro e Feijão Guandu na Agrofloresta
Na minha area de Agrofloresta plantei Feijão Guandu e Nabo Forrageiro, e ambos estavam no ponto da colheita das Vagens.
Tanto o Feijão Guandu quanto o Nabo Forrageiro plantei na area de Agrofloresta para acumulo de matéria orgânica e adubação verde. Ambos são considerados ótimos para descompactar o solo pois possuem raízes profundas e agressivas que ajudam na vida do solo e na infiltração de água, além de ajudar a fixar nitrogênio.
O Nabo plantei como uma cultura de Inverno consorciado com Aveia Preta, fiz uma mistura das sementes e plantei bem adensado em 4 linhas no canteiro. No fim de maio, 3 meses depois está cheio de flores e vagens.
Foi interessante ver que no mesmo local tenho uma diferença significativa na qualidade do solo, e no mesmo canteiro tiveram lugares que a Aveia nasceu bem, e não nasceu Nabo e em outros o Nabo dominou a Aveia, mesmo tendo uma mistura homogênea de sementes. Acredito que no meu caso onde o solo está pior a Aveia nasceu melhor que o Nabo mesmo sem se desenvolver muito bem.
E assim a natureza vai me mostrando o que eu tenho que fazer… Adubar melhor algumas partes do canteiro.
O Feijão Guandu plantei na safra na época da chuva mesmo. E 6 meses depois está super vigoroso já floriu e está cheio de vagens. Ambos atraíram muitos polinizadores.
O Feijão Guandu para mim foi um belo achado pois em outra area do terreno onde o solo está bem pobre, fiz algumas experiências com mandioca, milho e girassol e não obtive sucesso as culturas sofreram muito para se desenvolver, e o Feijão Guandu foi embora… nasceu e está vigoroso, mesmo sem irrigação e sem adubação.
Nessa nova temporada de chuvas pretendo entrar com o Guandu nessa area para ocupar o solo e não deixar a braquiara dominar, enquanto ainda não entro com um plantio do meu interesse ele vai desenvolvendo matéria orgânica para quando o solo estiver um pouco melhor eu entrar com outra cultura mais exigente.
O meu principal interesse era a adubação verde e a matéria orgânica, mas depois fui descobrindo como essa dupla é versátil. O Nabo aproveitei para plantar um pouco para as galinhas e elas adoraram!
E claro ambos são comestíveis e era hora de experimentar.
PANCS!
O que são PANCS- Pancs são Plantas Alimentícias Não Convencionais. Desde que eu aprendi esse nome eu adorei!
É tão PUNK! No mundo estima-se que existam 75.000 espécies vegetais comestíveis, e a média de consumo humano é de apenas 170 espécies. Ou seja estamos perdendo muitas oportunidades.
Nesse papo de PANCS eu sou apenas um recém-nascido e recomendo quem quiser se inteirar no assunto visitar esses blogs(link na imagem):
Tanto o come-se e o matos de comer são referência no assunto e eu quando quero pesquisar sobre esse mundo e lá que eu vou!
Voltando ao fim de semana, fui colher Guandu e Vagem de Nabo e achei duas receitas que foram as minhas guias para a receita do fim de semana.
O Guandu nem sei se posso considerar uma PANC pois é bem comum no nordeste… Mas aqui em SP com certeza é PANC.
A primeira receita foi o Guandumame– apelidei gentilmente assim pois é muito parecido com o Edamame. Aquela vagem de soja cozida, servida em alguns restaurantes japoneses.
Não tem segredo é só cozinhar a Vagem do Guandu Verde em água com sal por uns 5 minutos e pronto! É só descascar e comer.
A receita veio daqui:
http://www.matosdecomer.com.br/2015/08/feijao-guandu-verde-nao-compre-mais.html
Sinceramente, essa não fez muito sucesso aqui em casa. O começo é gostosinho mas o fim é amargo e ninguém virou fã…
Mas não desisti do Guandu…
Bora descascar e ai a ajuda do meu Avô foi muito bem vinda…
O Guandu é grudentinho e dá um bom trabalhinho para descascar…
Esse virou Farofa. Na internet tem várias receitas de Farofa de Guandu.
Dei uma olhada em algumas mas não segui nenhuma.
O que eu fiz foi dar uma ferventada no Guandu Verde descascado, escorrer… Depois refoguei na frigideira com alho e cebola e um pouco de manteiga e óleo de canola.
Depois juntei farinha de mandioca e um pouco de uma farofa temperada que eu tinha!
Essa foi sucesso, o tempero e a refogada cortou o amargo e ficou bem gostosinho… Aprovado!
O gran finale foi a Vagem de Nabo Forrageiro.
Essa devo 100% a Neide Rigo do Come-se:
http://come-se.blogspot.com.br/2014/07/vagem-de-nabo-forrageiro-resposta-da.html
Foi lá que tive a certeza que dava para comer o Nabo Forrageiro.
Esse foi sucesso!
Colhendo eu já tinha comido cru e gostei bastante… Ele é meio azedinho super saboroso! Minha irmã achou que tem gosto de mato, mas um mato bem gostosinho, eu diria!
Pro Nabo a receitinha foi mais elaborada…
Arroz com Nabo metido a Oriental
Piquei o Nabo.
Depois refoguei com um pouco de alho, cebola e shoyo. Depois aproveitei e adicionei um pouco de gengibre em conserva(que também tinha vindo da horta…) e misturei com arroz integral que já estava pronto. Sucesso!
Bem gostoso.
E você já se experimentou alguma PANC?
Q legal! Adorei esta colheita. Onde vc arrumou o nabo forrageiro?
Grata
Oi Claudia! Legal que você gostou!
Esses tipos de forrageiras costumo comprar no site BR Seeds, é bem prático, em geral tem preço bom e eles entregam em casa pelos correios.
Abs
Bons plantios!
Uma curiosidade, sobre o guandu ter um amargor, sempre comi, tanto verde quanto seco, nunca percebi esse amargor que alguns comentam, cozinho direto com temperos, sem trocar água,mas ja cozinhei puro para ver se tinha amargor e nem a água ficou amarga, será que o amargor tem a ver com solos de regioes? tenho 4 tipos de guandu e nenhum amarga.